Local:
Houston
Evento:
Conferência de Imprensa
Veja o filme com
a entrevista integral:
Elvis,
o que acha de Houston?
Simpática. Gosto muito da
cidade. Tem imenso espaço.
O que o
fez decidir vir até ao Texas?
Para vos dizer a verdade,
foi aqui que comecei a minha carreira, no Texas. Acho que os primeiros
concertos que dei foram aqui em Houston e por todo o Texas.
Lembra-se de quais foram os sítios onde atuou, no Texas?
Actuei em Houston, em
Corpus Christi, todas as cidadezinhas, Longview, caramba. Todas, eu estive
lá. A sério, percorri o Texas inteiro.
O que
pensa do Texas?
Gosto, gosto bastante.
Elvis,
pode dar-nos - entendo que, com todos os grandes compromissos em Las Vegas,
etc. - um motivo de ter escolhido o Livestock Show and Rodeo para atuar
este ano.
Bem, foram eles que me
convidaram para cá vir, e eu estava ansioso por atuar ao vivo. Eu não
tenho... Já passou muito tempo desde que estive sobre um palco ou à frente
de um público ao vivo. Como estava ansioso por fazer algumas apresentações,
achei que seria uma boa oportunidade de me apresentar perante as pessoas.
Já
alguma vez viu o interior do Astródomo?
Nunca vi. Assusta-me que
sei lá o quê (ri-se)... É um sítio muito grande.
No
passado ficou conhecido por ser o Rei do Rock andRoll. Acha que o seu estilo
mudou desde esse tempo em que lhe chamavam Rei, ou acha que esse ainda
continua a ser o seu estilo?
Acho que de
uma forma geral tudo melhorou. Quer dizer, o som em geral melhorou. Mas eu
acho... Que tudo depende um pouco das canções. Está tudo interligado com as
canções.
A sua apresentação sobre o palco vai manter-se como era, ou
também melhorou a forma de se apresentar?
Eu limito-me
a fazer o que sinto... sobre o palco. Sempre foi isso que fiz.
Vai continuar a fazer filmes?
Espero que
sim (ri-se).
De que género?
Bem,
gostaria de fazer filmes melhores.
O que quer dizer com melhores?
Bem,
melhores que aqueles que fiz antes (tosse). Desculpem-me, mas não estou
habituado a este ar fresco. Estou mais habituado ao cheiro das latas de lixo
do International Hotel, caramba (ri-se). Se não sentir o cheiro de algum
lixo, nem me sinto em casa. A serio (ri-se).
Tem alguns planos para fazer filmes neste momento?
Não, não há
nada... Que eu sabia... Há alguma coisa, Coronel? Há algo na manga?
(Coronel Tom Parker) Não me posso comprometer.
Talvez um
especial da Walt Disney de oito milímetros para o ano que vem, acho eu. Não
sei.
(Tom Parker) Estamos a filmar um agora.
O que sente quando vê a oportunidade de tentar encher o
Astródomo?
Bem, será o
tipo de coisa que faço. Sinto um misto de várias coisas. É como um pequeno
monte a escalar, um pouco de country western.
É o mesmo que faz no International Hotel?
Sim, é o mesmo tipo de
coisa. Uma data de canções diferentes. Por isso,
na essência, só espero poder dar um bom espetáculo.
O que é
que aconteceu aos Jordanaires?
Não consigo fazê-los sair
de Nashville. Bem... Ficaram presos em Nashville e (ri-se) ganham tanto
dinheiro... Estão a sair-se tão bem por lá... Que não conseguimos fazê-los
ir para mais lado nenhum.
Tem
alguns pensamentos sobre a ascensão do interesse pela música country?
Acho fantástico. Sabe, a
música country sempre teve uma parte de influência sobre o meu tipo de
música. Que nada mais é que uma combinação de música country, gospel e
rhythm and blues. Foi realmente isso. Em criança, fui influenciado por todos
esses géneros musicais.
Então
considera-se basicamente um cantor de música country?
Detestaria ter de dizer
estritamente country porque sempre gostei de todos os diferentes tipos de
música em criança. Claro que provavelmente o
Grand
Ole Opry foi
a primeira coisa que ouvi na vida. Mas gostava dos blues e da música
gospel... Dos quartetos de gospel e tudo isso.
Alguma
vez pega nos velhos discos da Sun Records para os ouvir?
(Ri-se) Têm um som mesmo
esquisito, pá (ri-se). Têm imenso eco, caramba. Era isso mesmo que queria
dizer há pouco, acho que o som, de forma geral, melhorou.
Acha
que há mais facilidades hoje do que havia há 15 anos atrás?
Provavelmente há, mas acho
que os engenheiros e as técnicas também melhoraram... Tudo em torno de uma
gravação em geral.
Considera fazer mais avaliações quanto à sua carreira para voltar a atuar
ao vivo?
(Elvis tem um ar
compreensivelmente confuso, considerando esta pergunta pateta).
Por
outras palavras, dantes só estava
disponível para o público em filmes.
Sim.
Durante um longo período de tempo.
Acho que o
mais importante para mim é a inspiração que recebo quando estou com um
público ao vivo. Sentia saudades disso.
Foi difícil no International? Houve alguma pressão sobre si
mesmo depois de já não atuar há tanto tempo?
Foi duro,
mas gostei. Fiz algumas... gostei... tal como sei que também vou gostar aqui
porque é um público ao vivo e é isso que faz toda a diferença.
Deixe-me perguntar-lhe uma coisa: que anda o seu pai a fazer?
Anda por
aqui algures, pergunte-lhe a ele. Não sei. Pai, o que é que andas a fazer?
Elvis, há provas de um começo... (Tom Parker) Gostaria de
apresentar o pai de Elvis, o Sr. Vernon Presley. Será que ele poderia vir
para aqui e sentar-se? Vernon, não assines nada até eu verificar primeiro.
(Vernon
Presley) Não sei escrever... Por isso nunca assino nada.
(Gargalhadas) (Elvis volta a tossir). É deste ar fresco, pá.
Elvis, há bastante provas de um esplendor sartorial. Será que
isto indica que...
De quê?
(ri-se). O quê?
As roupas não são as que estamos acostumados a ver-lhe.
A ideia foi
retirada de um fato de karaté... Um tipo de fato regular de karaté, um
kimono. (Ouve-se uma sirene no fundo). Eles vêm buscar-me? É isso? (ri-se).
O que quero dizer é: talvez agora, com a sua mudança de
estilo a vestir e tudo o mais, você está a mudar um pouco do estilo que
tinha há alguns anos?
Não sei.
Acho que terá de ver o espetáculo. É difícil de dizer. Não
sinto diferença nenhuma.
Acho que a forma de vestir não tem assim tanto a ver com isso. Tirei a ideia
de um fato de karaté porque já há muito tempo que estudo karaté e mandei
fazer uns quantos fatos assim.
O que é
que faz para se descontrair? Disse que estuda...
Karaté! (ri-se). Se é que
se pode chamar descontração a fazer isto (mexe as mãos), não sei. Não, leio
bastante e ando a cavalo, esse tipo de coisa.
Ainda
vive principalmente em...
Memphis! (ri-se) Cerca de
metade do tempo... metade do tempo, sim. A outra metade em L.A.
Para o
espetáculo que tem planeado para o Astródomo, planeia cantar algumas das
canções bem velhinhas... Logo das primeiras?
Gostava...
Tem
algumas especiais?
... de experimentar umas
poucas delas... Só para ver se ainda funcionam.
Qual é
a dimensão da banda que traz consigo, Elvis?
É bem grande e é
fantástica.
Elvis,
deixe-me pôr-lhe este crachat. É o seu crachat oficial... E arranjámos outro
para pôr o seu nome... Não que as pessoas não soubessem quem é, mas
estávamos com medo que lho tentassem tirar como recordação.
Ponha-o. Sr. Vernon Presley, é um prazer enorme tê-lo aqui sentado junto do
seu filho. Acho que vamos ultrapassar uma data de recordes.
Espero que sim. Espero
poder dar-lhes um bom espetáculo. É o mais importante.
Sem
dúvida. E sem dúvida que dará.
Se lhes puder dar um bom
espetáculo, sentirei que fiz algo com valor.
E dará.
Qual foi o maior público ao vivo para o qual atuou?
Se não estou em erro, foi
em Vancouver, no Canadá, não foi, Coronel?
(Tom
Parker) Foi no Cotton Bowl.
Foi no Cotton Bowl, em
Dallas. E acho que foram 25.000 pessoas.
Gostaria de fazer mais canções sobre pessoas que deixam de ser pobres para
passar a ser ricas?
Acho que sim, se for o
tipo certo de canção. Acho que sim, se for um bom tipo de material.
Já fez
umas poucas de canções assim.
Sim, já fiz.
Tal
como In The Ghetto.
Fiz
In The Ghetto. Não
sei. Não gostaria de fazer só esse tipo de canções. Por outras palavras, não
gostaria que todas as canções contivessem uma mensagem, pois acho que ainda
temos de levar em consideração o entretenimento.
Fonte:
LP Elvis Speaks to You - Livro Elvis Word For Word, de
Jerry Osborne. |