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Finalmente Memphis, Finalmente Elvis Começo por pedir desculpa aos sócios do Elvis 100%, e principalmente à Direcção do Clube, por nunca ter escrito um artigo sobre Elvis. Acontece, porém, que de há um ano e meio para cá, a minha mãe se encontra bastante doente, o que tem ocupado grande parte do meu tempo. Trabalho das 8 da manhã às 5 da tarde, chego a casa cansada e, na verdade, a minha vontade de escrever tem sido quase nula. A doença da minha mãe também não me tem permitido assistir aos eventos do Clube. Fica prometido que, a partir deste momento, vou fazer todos os possíveis para participar mais no Elvis 100%. Tenho muito para contar, pois desde os 13 anos que gosto de Elvis e já tenho 54. Mas este meu artigo tem como finalidade falar da minha viagem a Memphis com a minha grande amiga Célia Carvalho. Desde pequena que tenho fixação pela América. As pessoas deste Clube que rondam a minha idade devem-se lembrar duma série chamada Bonanza que deu um êxito enorme na época em que foi transmitida. Eu adorava, e a partir daí apaixonei-me pela América. Depois, com 13 anos, apareceu Elvis. Foi amor à primeira vista até ao dia de hoje. Fiquei ainda com mais vontade de um dia visitar a América. Sonhava vê-lo actuar. Infelizmente, isso não aconteceu. Entretanto, Elvis faleceu e aquele desejo de um dia visitar a América mais se instalou na minha cabeça e no meu coração, mas agora para visitar o seu túmulo. Sabia que era muito difícil, quase impossível, mas a esperança é sempre a última a morrer e aconteceu. Fui à América, fui a Tupelo, fui a Memphis.
Posso dizer que devo essa felicidade à Célia. Há cinco anos, quando da sua primeira ida à América, eu sei que o coração da Célia foi triste por eu não poder ir também. Todos os dias, quase a todas as horas eu pensava nela e onde estaria naquele momento, e mesmo longe vivia a felicidade que a Célia estaria a viver naquele instante. Quando ela voltou vinha maravilhada, encantada, feliz, e disse-me: "Olga, se eu lá voltar, será contigo." E foi!... Não digo que não foi com muito sacrifício que fiz esta viagem. A vida não está fácil para ninguém financeiramente. Além disso, tenho uma deficiência grande, sabia que ia ser cansativo, mas valeu a pena. Ainda hoje me pergunto se fiz mesmo esta viagem. Quando estava lá, perguntava à Célia: "Será que estou mesmo aqui?" Não dá para explicar o que se sente. É tudo tão lindo, tão mágico, tão fascinante. Milhares de pessoas, todas ou quase todas a sentir o mesmo: "Um grande amor por Elvis". Pessoas que já lá vão há 25 anos!... Que maravilha! Deus as abençoe para que possam continuar. Uma amiga minha disse-me um dia destes: "Olga, quantas pessoas têm vontade de ir a Memphis e não podem?" É verdade! Por isso, agradeço a Deus todos os dias por ter tido esta oportunidade. Agora pergunto-me: De que gostei mais? Sinceramente, não sei. O facto de pisar solo americano foi, à partida, uma emoção. Depois, no segundo dia, foi entrar dentro da casa onde Elvis nasceu e perguntamo-nos: como é possível ele ter morado aqui? Adorei o espaço à volta da casa, impressionou-me a estátua que está perto da casinha, em que ele tinha 13 anos, e que foi inaugurada este ano, mas no dia 9 de Agosto houve outra inauguração simbólica para os milhares de fãs presentes, com as boas-vindas oficiais, hastear da bandeira, discursos, foi chocante e lindo! Chorei quando, na escola primária de Elvis, a Lawhon Elementary School, conheci dois colegas, e chorei ao entrar em Graceland. Não dá para explicar a emoção. Parecia que estava a sentir a presença de Elvis em toda a casa. O silêncio das pessoas é impressionante; respeitam mesmo. Depois veio o túmulo. Foi estranha a minha reacção; não chorei. Antes da viagem pensei que seria o sítio onde me iria emocionar mais, mas não foi. Não sei explicar. Dá vontade de não sair mais de lá, do Jardim das Meditações.
Daqui para diante, tenho que resumir mais os factos porque a página do clube não pode ser só para mim, portanto só posso dizer-vos que a todos os lugares onde ia pela primeira vez, era sempre uma emoção, uns mais que outros, claro! Adorei conhecer actrizes que contracenaram com Elvis, as sortudas que dormiram com ele... No dia 11 de Agosto numa visita guiada, passámos no St. Jude’s Hospital, aquele que é dedicado à s crianças que sofrem de cancro e para o qual Elvis contribuiu com imensos donativos, e as lágrimas vieram-me aos olhos. Quando muitas vezes se fala de Elvis para dizer mal, as pessoas deviam saber o quanto ele ajudava, e ainda ajuda, tantas instituições, porque quando a Célia e eu fomos no dia 13 de Agosto ao parque de diversões de Libertyland, assistir a uma reunião de presidentes, de clubes de fãs de Elvis de todo o mundo, pudemos constatar quantas dezenas de cheques desses mesmos clubes, foram entregues à EPE, para entregarem a essas instituições. É pena que as pessoas só saibam falar nas coisas más. Mas continuando a minha viagem, gostei de Memphis, adorei Tupelo, tive imensas saudades quando nos fomos embora porque Tupelo é sossegado, parece que as pessoas já se conhecem há muito tempo. Aliás, quero dizer que adorei os americanos, pelo menos naquela zona do Tennessee. Desde os empregados do aeroporto até aos gerentes dos hotéis, passando pelos empregados das lojas, restaurantes, etc. Para dar dois exemplos: no hotel em Tupelo puseram umas borrachas anti derrapantes nas escadas para eu não escorregar, assim que viram a minha dificuldade, e o último banco de um dos autocarros estava estragado, dificultando a minha subida porque ficava mais alto, e o motorista foi logo arranjá-lo para me facilitar. Sã o fantásticas aquelas pessoas. Portanto, o que mais posso dizer resumidamente? As duas noites mais emocionantes da viagem foram: — A noite da vigília, onde estiveram 35 mil pessoas à chuva. Ninguém pode explicar, nem mesmo nós qu amamos Elvis, o que se passa naquela semana em Tupelo e em Memphis. É qualquer coisa que ultrapassa o natural. Tudo o que vi e senti vai ficar gravado na minha memória para o resto da vida (aliás quero escrever um livro sobre esta viagem), mas aquela noite, meu Deus!... As pessoas à chuva, a cantar, algumas a chorar, pessoas deficientes como eu, muitas em cadeiras de rodas... estou a escrever, um nó está a apertar-me a garganta, os meus olhos estão rasos de água, estou a reviver aquela noite... os deficientes em fila, à chuva, a esperarem pela sua vez de entrarem em Graceland... só vendo, não há palavras... (eu tive sorte porque a directora da EPE, Patsy Andersen, viu-me e colocou-me nos lugares da frente para entrar. Conhecia-me, porque a Célia e eu tínhamos estado no seu escritório nessa manhã). Foi uma querida. Vou estar-lhe grata para o resto da vida. — A segunda noite maravilhosa foi a do Concerto na Pirâmide. Foi espectacular, lindo, grandioso e emocionante. Só me entristeceu foi ver os amigos de Elvis todos no palco, alguns da idade dele, outros mais novos, outros ainda mais velhos, mas todos jeitosos, todos estavam lá ... menos ele! Eu e a Célia ficámos quase no bico da Pirâmide, com uma visão magnífica de toda a sala, parecia que está vamos suspensas, e foi óptimo. As pessoas vibravam com as actuações de Elvis, como se ele estivesse no palco, ao vivo. Foi lindo Resumindo, porque o espaço que tenho para escrever está a acabar, ainda quero dizer que visitámos o Museu Times And Things To Remember, da Janelle McComb, de que gostei muito; visitámos a Capela que fica ao pé da casinha onde Elvis nasceu. Adorei os vitrais. Eu e a Célia estivemos lá bastante tempo, concentradas, e a ouvir Elvis cantar gospel; gostei muito do avião que Elvis comprou e ao qual deu o nome de Lisa Marie, adorei a estátua de Elvis que está no centro de turistas junto ao rio Mississippi. Acho-o lindo, aliás, como ele era, até o rabinho dele está uma coisa!... Na visita guiada, no dia 11 de Agosto, vimos o cemitério onde Elvis foi sepultado pela primeira vez, o Forrest Hill Cemetery; o hospital onde Lisa Marie nasceu e onde Elvis foi tanta vez hospitalizado, o Baptist Memorial Hospital; vimos as casas degradadas, o complexo habitacional onde a família Presley viveu durante alguns anos, Lauderdale Courts; fomos a um dos mais de 200 jardins de Memphis, onde vimos o Overton Park Shell, onde Elvis actuou profissionalmente pela primeira vez, e parámos em Audubon Drive, na casa que Elvis teve antes de comprar Graceland. Havia muito mais para dizer, mas fico por aqui. Só peço aos fãs de Elvis que, se puderem, vão a Memphis. Só indo se compreende o que as pessoas que já lá foram nos contam. Todos os dias me lembro, as saudades são muitas, parece que uma parte de mim ficou lá. Obrigada Célia, pela felicidade que me proporcionaste. Gostava muito de repetir esta viagem, porque quem vai a primeira vez fica logo com vontade de voltar. Não vai ser brevemente, mas se Deus me der vida e saúde, vou voltar. Saudações a todos os sócios do nosso Clube.
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