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O Rei do Rock Queria Ser Ator
 

Artigo publicado pelo Jornal Correio da Manhã, em 22/10/2001.
Toda a gente sabe que Elvis Presley foi - e continua a ser - um dos cantores mais populares de sempre. Mesmo depois de morto continua a vender discos como ninguém e tem espalhadas pelo mundo legiões de fãs que, literalmente, o adoram. O que nem toda a gente sabe é que o "rei" queria ser ator.

No entanto, embora tenha rodado - entre 1956 e 1969 - nada mais nada menos do que 33 filmes, quando se evoca a sua carreira, raramente se pensa nisso. Para repor a "verdade dos factos," os membros do Clube Elvis 100% - Still Rockin'! "desafiaram" a Cinemateca a fazer um ciclo dedicado ao seu ídolo.

"Ficámos surpreendidos com a recetividade que tivemos," conta ao Correio da Manhã Célia Carvalho, uma das fundadoras do Clube. "Telefonaram-nos a dizer que sim, que estavam interessados em organizar o ciclo - até porque já tinham recebido cartas de espetadores a pedir o mesmo." O miniciclo tem início no próximo sábado, dia 27, com o filme King Creole, por muitos considerado o melhor dos filmes de Presley.

"A crítica disse muito bem do filme quando este estreou. É uma adaptação ao grande ecrã de uma novela conhecida e inicialmente era para ser protagonizada pelo James Dean. Como ele morreu, ofereceram o papel ao Elvis, que ficou encantado. Ele adorava o Dean." Realizado por Michael Curtiz, King Creole conta ainda com a participação de Walter Mathau que, na altura, gabou o desempenho do seu parceiro. "Mathau disse que o Elvis era um ator natural, esperto e sofisticado, e acho que o filme mostra bem o que ele poderia ter sido, se tivesse tido oportunidade."

O segundo filme do miniciclo, a ver no dia 29, é Spinout (Nunca Digas Sim na versão portuguesa) e é uma comédia ligeira em que o cantor se vê envolvido no mundo das corridas de carros. "De um modo geral, os críticos aplaudiram os filmes mais dramáticos da carreira do Elvis, mas o público sempre preferiu as comédias. As pessoas queriam divertir-se e, acima de tudo, ouvi-lo cantar. Como nos anos 60 ainda não havia a tradição dos músicos andarem em digressão, o cinema acabava por ser usado como um veículo para promover a sua música mundialmente." Elvis Presley rodou o seu primeiro filme com 21 anos e o último com 35. Aos 40 recebeu uma "proposta irrecusável": Barbra Streisand convidou-o para interpretar o protagonista masculino do A Star Is Born, que acabou por ser feito pelo Kris Kristoferson, valendo-lhe o Óscar de Melhor Ator. Elvis tinha querido fazer o filme, mas o seu agente - que controlava a sua carreira com pulso de ferro - não o permitiu.

"Foi uma grande frustração para o Elvis. Podia ter sido o início de uma nova etapa na sua vida, o retomar da carreira cinematográfica, agora com outras perspetivas. Mas não aconteceu. Acho que ele morreu frustrado por não ter conseguido provar o seu talento no cinema."

Entre nós, a última vez que o rosto de Presley passou pelo grande ecrã foi em 1981, alguns anos depois da sua morte, num documentário intitulado O Ídolo Imortal. Agora, os fãs e o público em geral podem voltar a vê-lo, na Sala de Sessões da Cinemateca, no Palácio Foz dos Restauradores, nos dias 27 e 29, sempre às 21h30. Célia Carvalho diz que é até possível que, se as coisas correrem bem, a dose se repita para o ano. "Nós esperamos que sim. Pela nossa parte vamos estar presentes em ambas as sessões, podendo prestar quaisquer esclarecimentos que o público solicite. Vamos enfeitar o Palácio Foz com material de Elvis, e eventualmente até conseguir angariar mais sócios para o clube. Vamos ver."

O contacto do Clube Elvis 100% - Still Rockin'! é: Apartado 930, 2795-996 Queijas, e o telefone é o 21 417 32 40. O clube espera pôr a funcionar a sua página na Internet ainda este ano, e a partir de Janeiro próximo a sua revista vai passar a ter uma edição em inglês. Para que o Clube possa crescer para além das nossas fronteiras.

A.M.R.

Nota: Este apartado e número de telefone, na altura em vigor, já não se encontram atuais. Favor não utilizar.

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